Humanizar e The Beginning: Jully propõe maior consciência em novo lançamento
No Dia da Terra, cantora e compositora lança dois singles e um clipe do álbum S.O.S. clamando por mais cuidado com o planeta
Ouça aqui Humanizar e The Beginning
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Assista aqui o clipe The Beginning
* Chris Fuscaldo, jornalista e pesquisadora musical
Desta vez, não mais um single, mas dois. Não mais um tema, mas um pacote deles em duas canções. Em 22 de abril se comemora o Dia da Terra, e é nele que Jully volta a propor uma maior conscientização através de sua música, com o lançamento de “Humanizar” e “The beginning”. A cantora e compositora já trouxe a questão dos animais à tona em “Somos Todos Um”, cantou a morte e a apatia vivenciada no Brasil da pandemia em “Distopia”, convidou o ouvinte para uma mudança individual em “Tears of Fireflies” e chamou a atenção para a covardia de humanos com os animais em “Milk”. Esse quinto lançamento do álbum S.O.S. abraça o todo, ou melhor, todo o planeta Terra, em português e em inglês, para o mundo ouvir e refletir.
“O Dia da Terra tem como finalidade trazer consciência sobre o planeta. As duas músicas nos alertam que, para mudar a nossa realidade, precisamos primeiro mudar nossa conduta. ‘Humanizar’ dá um feedback sobre o que temos feito com o planeta e o impacto que estamos causando. Traz à tona o fato de que somos a única espécie que está destruindo o planeta, e nos convida a refletir sobre nossa chamada ‘humanidade’. ‘The beginning’ fala sobre cuidar da Terra e buscar outras formas de interação com a natureza, nos alertando de que estamos no limite (tipping point) e não temos mais tempo a perder, numa linguagem mais leve e uma melodia mais moderna”, explica Jully.
Ambas foram produzidas por Grenville Ries e mixadas por Carlos Trilha. Por ser em português, “Humanizar” chega como uma mensagem direta aos brasileiros. Uma espécie de rap eletrônico, em que Jully praticamente recita a letra, a canção mostra que precisamos rever nossa relação com as outras espécies: “Já não vale um segundo / Da sua boa intenção/ A Terra se tornou um palco de atrocidades / Beleza em chamas / Carnificina / Animais exclusos da própria vida / Pequenez”, ataca com sua voz suave.
Em tempos de guerras completamente sem sentido, “The beginning” convida o mundo todo a mudar os hábitos: “Humanity can change history / Start now / go back to the beginning / Feel my love / and You will see / The castle can fall apart / But what about us? / Will we stay here? / This is our chance (A humanidade pode mudar a história / Comece agora / vamos voltar ao início / Sinta meu amor / e você verá / O castelo pode desmoronar / Mas e nós? / Permaneceremos aqui? / Esta é a nossa chance)”, canta ela no fim da canção, que cita a “pomba da paz”.
Jully é uma artista que tem a temática como diferencial. Sempre indignada com o desprezo do ser humano pela sua fonte vital, em S.O.S., ela vem usando sua voz para alertar sobre as injustiças cometidas contra os animais e a natureza: “Tento trazer em minhas canções temas que precisam ser reavaliados para que possamos trazer mudanças significativas em prol de um mundo mais harmonioso e justo para todos os seres. É necessário falar da dor, e das coisas que estão ocultas frente a este mundo superficial em que vivemos. Quando reconhecemos as sombras, podemos iluminá-las. Minha música tem essa missão”, reflete Jully, que também é acupunturista.
Também estão na letra de “The beginning” as “gárgulas”, que são estátuas em forma de criaturas monstruosas vistas em telhados de prédios góticos… são quimeras, ou seja, criaturas híbridas, como a harpia, que é metade mulher, metade pássaro. No clipe desta faixa, que será lançado junto aos singles, um dos figurinos remete a pássaros. Dirigido pelo fotógrafo Levindo Carneiro, autor também da capa do lançamento, o vídeo leva Jully a uma belíssima paisagem, para ela mostrar um pedacinho de Terra onde a natureza exuberante está sendo impactada pela ação destrutiva do ser humano.
“As mudanças climáticas são reflexo do nosso impacto destrutivo no planeta. Índices alarmantes foram registrados num observatório no Hawaii em 1º de abril deste ano: 420,01 ppm de CO2 (fonte: CO2.earth), índices estes que só haviam ocorrido há mais de 3 milhões de anos. Outra grande preocupação é a velocidade com que essas mudanças vêm ocorrendo, não dando tempo para as espécies e os ecossistemas se adaptarem a elas”, avisa Jully.
S.O.S. é um álbum em prol da cura do planeta. “Precisamos urgentemente entender que não somos o centro de tudo, somos somente mais uma espécie fazendo morada na Terra”, diz Jully, ganhando coro de quem ainda tem alguma consciência sobre a importância de se preservar a natureza. No Dia da Terra, a cantora e compositora vegana e ativista pela libertação animal nos chama, com voz e melodia envolventes, a reverter esse processo de destruição em massa que os desumanos criaram. Como ela mesma canta, estamos no limite.
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