O premiado diretor Rodrigo Portella interpreta ele mesmo em (RE)Play, uma performance audiovisual em 4 atos.

Estimulado pelas experiências alternativas durante a pandemia, Rodrigo Portella, um dos diretores de teatro mais premiados dos últimos anos no Brasil, estreia neste fim de ano a autoficção (RE)Play, uma performance audiovisual inédita em 4 atos. A obra, filmada em diversas cidades da Europa, apresenta o diretor como protagonista, com participação dos atores Armando Babaioff, Julio Adrião, Raul Gazolla entre outros. O trabalho de criação foi feito em parceria com a atriz Milla Fernandez que assina também a montagem e a direção de fotografia. A trilha sonora original é do italiano Federico Puppi. O trabalho conta ainda com a interlocução artística da diretora e performer Mariah Miguel, assistente de Rodrigo em As Crianças. A estreia aconteceu em dezembro, com apresentações às sextas, sábados e domingos, às 20h, até 16 de janeiro pelo portal do Sesc Rio no Youtube, dentro do projeto Temporadas Sesc de Artes Cênicas. Link de acesso a transmissão: https://www.youtube.com/user/portalsescrio. Até dia 16 de janeiro.

– Meu interesse em investir na (con)fusão entre cinema, teatro e performance não é mais pela impossibilidade causada pelo distanciamento social, mas pelo entusiasmo em diluir cada vez mais as fronteiras entre as artes.  E quem sabe alcançar mais pessoas, uma vez que o teatro do nosso tempo tem fracassado há muito tempo nesse sentido. Eu penso na tecnologia como aliada, e não como inimiga – declara o diretor Rodrigo Portella.

(RE)Play é uma autoficção sobre a trajetória pessoal do diretor e, por consequência, sobre a identidade de um artista de teatro brasileiro que nas últimas três décadas atuou dentro e fora dos grandes centros.

Inteiramente gravada com smartphones e tendo como cenário principalmente a cidade de Barcelona, onde Portella mora atualmente, (RE)Play traz à tona as reflexões de um homem que teve sua identidade indissociada dos palcos desde a infância. Hoje, com 44 anos, o protagonista da própria peça constrói uma retrospectiva de cenas da sua vida/obra em busca de compreender se “o teatro é realmente necessário”, de que forma e para quem, estabelecendo uma relação entre o livro do autor francês Denis Guénoun e sua própria experiência como artista no Brasil. A começar pela pergunta: O que não é teatro?

Outra pergunta que paira nessa obra é “o que é um homem de verdade?” Em (RE)Play, Portella também se organiza como homem em constante trânsito, elaboração e vulnerabilidade.

Ao longo da narrativa, contada ainda pela perspectiva de 13 atores e não-atores, torna-se impossível discernir o real e o ficcional, o elaborado e o vivido, o personagem e o indivíduo, visto que tudo é uma construção. O espectador é provocado a reconsiderar não apenas a sua relação com teatro, mas com a própria identidade.

– Sair do meu país nesse momento me faz enxergar melhor o Brasil e o brasileiro que eu sou. Fazer um replay (ou um jogar de novo) do que eu vivi, agora, daqui, põe uma luz sobre a glória e a desgraça de ser quem eu sou, de ter escolhido ser artista e de ter nascido homem, branco, cis no Brasil estilhaçado dessa virada de milênio. –, conclui Portella.

Minibio de Rodrigo Portella

Diretor e dramaturgo com 29 anos de carreira, dirigiu mais de 40 espetáculos de teatro.  Ganhou os prêmios Shell, Cesgranrio e APTR de Melhor Direção por Tom na Fazenda, de Michel-Marc Bouchard, e As Crianças, de Lucy Kirkwood, em 2018 e 2020, respectivamente. Este último foi vencedor do Prêmio de Melhor Espetáculo Estrangeiro pela Associação de críticos do Quebéc (Montréal – 2018/2019) e dos Prêmios APCA (SP-2019) e APTR (Rio-2018). Nos últimos 10 anos, seus trabalhos integraram a programação dos maiores festivais de teatro do país e circularam por mais de 90 cidades no Brasil, Argentina, Equador, Chile, Alemanha e Canadá. Atualmente é professor do Curso Superior do Instituto Cal de Arte e Cultura, mestrando em direção cinematográfica na NouproDigi Escuela de Cine em Barcelona e doutorando em Artes Cênicas pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Recentemente esteve em cartaz no Oi Futuro (RJ) com a peça-filme Meu filho só anda um pouco mais lento (2021).

Dirigida por Rodrigo Portella, em 2021, a companhia O Cortejo completa 10 anos desde sua fundação com a estreia de Uma História Oficial, indicada ao Prêmio Shell de Melhor Direção. Seu 2º espetáculo, Antes da Chuva (2014), estreou no Festival de Curitiba e foi o maior sucesso do grupo, se apresentando em 84 cidades pelo Palco Giratório. Alice Mandou Um Beijo foi o 3º espetáculo do coletivo trirriense. Escrita e dirigida por Rodrigo Portella em 2016, teve sua pré-estreia no Teatro Celso Peçanha e em seguida sua estreia nacional no Sesc Copacabana, sendo indicada ao Prêmio Cesgranrio de Melhor Texto Inédito. A Cortejo sempre baseou suas obras nas memórias da cidade interiorana em que se sedia: Três Rios. Com isso, conectou o interior a grandes centros de produção na América Latina, se apresentando no Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Buenos Aires, Quito e Santiago. Em Três Rios, a Cortejo esteve à frente do MultiFestival OffRio e dos Pontos de Cultura Teatro Aberto e Centro de Produção Audiovisual (projeto EducaCine), tendo produzido mais de 90 curtas com alunos das escolas públicas da região.

Ficha técnica

Sesc Rio de Janeiro e O Cortejo apresentam (RE)Play | Idealização e performance: Rodrigo Portella | Co-criação, fotografia e montagem: Milla Fernandez | Interlocução artística: Mariah Miguel | Trilha Sonora Original: Federico Puppi | Interlocuções narrativas: Aldebaran Bastos, Armando Babaioff, Bruno Santos, Davi Palmeira, Federico Puppi, Julio Adrião, Julio Wenceslau, Juracy de Oliveira, Marco Guian, Mariah Miguel, Raul Gazolla, Renet Lion e Tairone Vale.  | Assessoria de Imprensa: Ney Motta | Identidade visual: Raquel Alvarenga | Produção Executiva: Luan Vieira | Direção de Produção: Rodrigo Portella | Produção: O Cortejo | Realização: Sesc Rio de Janeiro

Serviço

Estreou no dia 10 de dezembro de 2021.

Temporada em janeiro: de 7 a 16 de janeiro de 2022, sextas, sábados e domingos, às 20h.

Local: Plataforma do Youtube do Sesc Rio de Janeiro, dentro do projeto Temporadas Sesc de Artes Cênicas.

Link de acesso a transmissão: https://www.youtube.com/user/portalsescrio

Classificação: 14 anos

Duração: 60 min

Gratuito

Sandra Piscitelli

Nascida em 13 de novembro no bairro da Tijuca, cidade do Rio de Janeiro. A carioca estudou no Colégio Metropolitano na zona norte do Rio, formada em licenciatura em matemática pela UFRJ, Tecnólogo em informática e atualmente é mestre em Educação Matemática pela Universidade Federal de Juiz de Fora, se dedica à vida acadêmica. Estudando marketing de rede e publicidade pela UFF (Universidade Federal Fluminense). Diretora executiva da empresa Piscitelli Entretenimentos e diretora do site de publicidade piscitellientretenimentos.com. Amante da poesia!

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