Santiago Villalba vive Tom Jobim (1927-1994) e Luiz Carlos Miele (1938-2015) na nova montagem do musical Elis, com texto de Nelson Motta e Direção Denis Carvalho, ao lado de Laila Garin, que vive Elis e Claudio Lins, César Camargo Mariano.O ator que já viveu grandes personagem, em outros musicais, fala como é viver o Tom Jobim, um dos pais da Bossa Nova, criador de melodias memoráveis, eternas e que marcou uma geração de brasilidade; “de fala e conduta mansa, mas cheia de personalidade, ele me exigiu uma reeducação de andamento e volume, eu não podia ter a mesma energia do Miele, em cena, então, mudo o corpo, a voz e até mesmo, as intenções do fraseado, confesso que viver os dois é um grande desafio, afirma o ator.
Durante o movimento do musical podemos destacar a interpretação do ator nas construções de seus personagens e ao cantar “Águas de Março”,com Elis Regina, a gente mostra um Tom encantado pela “pimentinha” como ele a chamava, que vai se desarmando aos poucos, e a canção, fica mais marcante ainda no musical. Também tive o prazer de assistir duas vezes o atual documentário “Elis e Tom” de Roberto de Oliveira, aonde percebi com mais clareza a relação entre Elis,Tom e César, e também, o clima que se instalava no estúdio de gravação do disco, que hoje, é um marco da música popular brasileira.
São dois personagens totalmente diferentes, e ambos têm uma gigantesca importância para nossa cultura.
Luís Carlos Miele, foi radialista, ator, produtor, roteirista, humorista, cantor, sapateador, um dos primeiros “comediantes de Stand-Up” que o Brasil assistiu, e um dos melhores amigos de Elis, que ela, orgulhosamente, o comparava com Frank Sinatra. Representar essas personalidades no palco, me exigiu uma atenção redobrada, aos tempos de comédia do texto, além da intimidade, parceria e admiração pela personagem de Elis.
O melhor nesse momento é o prazer de fazer parte desse espetáculo e receber o reconhecimento do público, que se identifica com os personagens em todas as canções. Isso muito me orgulha, estamos contando e cantando a história de um movimento musical, que hoje é reconhecido mundialmente, estamos falando da história da Bossa Nova, conclui o ator.
